31 maio 2007

[unmask your desires]

ontem eu tava lendo a veja desta semana. nas cartas, uma remetendo à capa da semana passada perguntava-se o porquê de o ser humano gostar tanto de destruir o próprio organismo, isso falando de álcool, cigarro e otras cositas do gênero.

olhei por um tempo aquelas palavras. claro que, primeiro, aquela pessoa queria causar um impacto digno de sair na revista, já que esse tipo de discurso chamando à destruição é cáustico demais para ser definitivo. mas, depois da revolta inicial, já que eu sou partidário dessa tal "destruição" que ele disse existir, me peguei pensando qual o grau de verdade aquela carta continha.

eu não sei quanto tempo quero viver, já que eu não sei o que o futuro me reserva. sou imediatista por opção e não acho que ter um estilo zen-budista vai me fazer feliz. sei que posso ouvir aquele blá blá blá de que eu sou novo, que quando eu estiver mais experiente meu pensamento muda, mas, retorno ao início do parágrafo, imediatismo rules.

aí eu fico me perguntando: se eu não sei (e ninguém sabe) o que vai ser de mim daqui uns tempos, por que diabos ficar esperando acontecer? digo... por que não beber por medo de uma cirrose, se eu nem sei se vou ficar gripado na semana que vem?

por que ficar com medo de fazer uma tatuagem se você nem sabe se vai, realmente, ser o juiz que imagina? por que não experimentar de tudo um pouco, para poder realmente dizer que viveu quando esse tal futuro chegar?

me falaram que o freud justificava o medo que tínhamos das coisas como um forma de aplacar o desejo. não sei bem como é o lance, mas me parece que quanto maior seu medo em relação à algo, sinal que seu desejo também era grande, tendo o medo de suplantá-lo, mas não sei bem o porquê.

mas isso parece servir para responder muita hipocrisia. da mocinha que diz não se masturbar porque não precisa desses artifícios ou do implacável defensor da moral e dos bons costumes que vai à zona escondido, temeroso de descobrirem seus desejos ocultos.

o certo é que não acho que esteja destruindo meu corpo. apesar de saber que vícios tem essa capacidade, sei ponderar o quanto uma cerveja gelada pode ser revigorante. mas agora o lance bonito é radicalizar, levantar bandeiras, seja contra ou a favor.

tentando não ser um nem outro, só digo que a base para a crítica tem de ser a experimentação. se ela se torna destrutiva para seu corpo, aí você manda cartas para a veja, contando a sua história. se não, diga que foi legal, mas não precisa sair por aí mandando todo mundo fazer o mesmo.

deixa cada um na sua. mesmo que isso seja das atitudes mais difíceis que conheço.

11 comentários:

photographie disse...

experimentos comportamentais indicam que as pessoas tendem a subestimar consequências atrasadas.
por isso é tão difícil largar o cigarro antes que algum problema apareça, até porque, pode ser que o problema nunca chegue a acontecer. aí também estamos falando em probabilidades, outro aspecto que influencia as escolhas das pessoas.
enfim, auto-controle é um comportamento aprendido. só não sei como, porque eu mesma nunca aprendi.

photographie disse...

curti a história da criança boba que sonhava em beijar um aparelho!

Anônimo disse...

Eu já fui uma drag queen.

Juro que amanhã te mostro a foto

VALHA!!! disse...

Ai. Sou pura e capitalista. Capitalismo mata? :O

maria clara disse...

hahahahahahahhhahaha
eu sou que nem a nat...
=P



mas como cê disse, também não sou defensora do zen-way-of-life...
nem do self-destruction...
sou a favor de fazer o que é necessário pra se sentir bem.
mas acho, claro, que tudo tem limite...

Anônimo disse...

"Live fast die young"
frase curta e complicada,eu realmente levanto a bandeira do imediatismo,eu sou a prova viva de esperas não são tão românticas como muitos podem achar...agora sobre o die young eu não sou adepta...mas já viu frase mais certa do que tudo é relativo?Enfim...kkkkkkkkkk

Edson disse...

Não sei..
Já fui um beat-zen-budista das moontanhas - passei muita fome, mas minha alma aguentou tudo. Ainda fiz uns hai-kais muito interessantes.
Também já passei pelo self-destruction, e foi uma das melhores épocas da minha vida.

Acho que tendo consciência de que o self-destruction faz mal, fica tudo bem. Mesmo que você morra depois..

: )

Samba sobre o infinito disse...

" minha religião é o prazer..."

umbó pra babylon?


mas te cuida, negão..q eu quero minha alma gêmea por uns 900 anos do meu lado
;)

O nome do blog é inspirado no filme "Bonequinha de Luxo" disse...

acho que é difícil para quem não fuma/bebe entender que tudo é questão de opção, de algo que se escolhe ou então que não se consegue parar de fazer... No Brokeback Mountain tem uma frase muito linda, que eu amo: "if you can't quit something, you got to stand it".
bjusss!!!!!!!!

ah tá disse...

"Gatinhas com seus gatões,fazem
Dando gritos de ais...
Os garanhões fazem,
Esses fazem demais
Leões ao léu, sob o céu, fazem
Ursos lambuzando-se no mel, fazem
Façamos, vamos amar!
Façamos, vamos amar!!"

pois entaum =)

Anônimo disse...

ubedoble
ubedoble
ubedoble
bossacomchocolate.blogspot.com