27 dezembro 2007

[para 2008]


- menos amor

- mais dinheiro

- menos trabalho

- mais viagens

- menos bebida

- mais exercícios

- menos cobrança

- mais entendimento

- menos drama

- mais comédia

- menos asfalto

- mais areia

- menos pão

- mais sushi

- menos computador

- mais livros

- menos rafael

- mais rafael


22 dezembro 2007

[do ano que se acaba - 3]

ah, sabe do que mais?
lembrança de cu é rola!
vá se fuder, 2007!
e já vai bem tarde!

18 dezembro 2007

[do ano que se acaba - 2]


Eu viajei muito esse ano, principalmente para os meus padrões. Logo no comecinho do ano, em março, ganhei de presente uma viagem para São Paulo. Afinal, mesmo que fosse à trabalho, nada me convence que viajar com tudo de graça pode ser trabalhoso de alguma forma.


Viagem rápida, de apenas um dia, mas suficiente para eu perceber o pandemônio organizado em que a cidade se assenta. Gente, muita gente, de todos os tipos e eu, errante pela Avenida Paulista, olhando para tudo como um bobo enamorado. Adorei São Paulo, mesmo decidindo que sua frieza é algo assustador.


Depois, outro rito de passagem. Na Semana Santa segui rumo à Fortaleza (após um acidente de carro que me privou forevá de dirigir tranquilamente na chuva), para meu último encontro de estudantes. De novo, lá estava eu, no meio de um bando de gente jovem, bonita, legal (ui), discutindo (ou não) essa tal comunicação que a gente tanto quer mudar.


Meu último Erecom me levou a perceber que, não adianta, a vida universitária é uma época curta demais. Tem gente demais parecida com você no mundo, na ótica do curso que a gente escolhe servindo como filtro e é nos encontros que isso aparece de forma mais real.


Só num Erecom da vida você pode retornar para o alojamento dentro do carro que levou a comida, conversando com uma moça super interessante do Rio Grande do Norte, enquanto come sua quentinha com a mão e segura a porta do carro, que é presa com uma corda. Só em um encontro você fica em frente ao palco dançando coreografias sem sentido, simplesmente porque é bom.


Só num encontro de estudantes de comunicação você passeia na rua de saia e não vê problema algum nos olhares diversos das pessoas que acompanham esse seu fetiche político. E só um encontro é capaz de fazer com que percebamos o quanto nosso curso é feito de pessoas e não de conteúdos, sendo elas, antes de tudo, a razão que deve te fazer seguir em frente (já disse que o texto pede um tom solene).


Fortaleza fechou bem essa minha vida de metido a estudante engajado. Apesar de ter me aventurado pelo movimento estudantil, percebi que tenho mais jeito para a ação e o plano das idéias ainda é o que predomina. Se esse não foi o motivo principal do meu abandono da organização do próximo encontro, certeza foi um bem forte.


Depois, mais pro fim do ano, voltei à Fortaleza, dessa vez em uma viagem em família, algo que não acontecia há muito tempo. Sempre tinha um problema que impedia de todos possuírem tempo, mas dessa vez tudo deu certinho. E, em uma viagem em que eu fiz praticamente nada, me diverti como há muito eu não conseguia.


O dia inteiro na praia, piscina ao chegar, comida de muito, rede e uma brisa que não cessava um instante. Três dias de sossego intenso, na companhia de Eduardo e cia. Acho que era preparação. O mesmo mês de outubro me levou de volta a Sampa, só que dessa vez nada de trabalho. Num golpe da sorte que ainda hoje eu fico sem acreditar, eu fui para o Tim Festival. Bom, dele eu já falei e muito, em um texto anterior. Deixo para continuar mais tarde... ainda tem muita coisa desse anozinho tinhoso.


15 dezembro 2007

[do ano que se acaba]


Eu encarei isso como verdade pra tentar um meio mais simples de, racionalmente, justificar os fatos que aconteceram. Dizem que o sete é o número da perfeição. Sete dias da semana, sete pecados capitais, sete horcruxes, sete virtudes, sete sacramentos. Apesar de aludir ao que seria perfeito, essa é uma característica enfadonha demais para ser colocado em alguém.


Então, sete passa a ser representativo de mudanças, pelo menos pra mim. Na busca incessante (e, ainda bem que assim o é) de se conseguir encontrar o que se faz perfeito, 2007 traz a mudança como algo necessário para que consigamos nos aproximar do que queremos ser. Você fica diferente e, como toda experiência em que o tempo te caleja, ela te faz sim melhor.


Lembro de 1997. Em dezembro do ano anterior, Luis Eduardo havia nascido. Praticamente em 1997. Não houve mudança maior na vida desde então. Em 1987, Camila, minha irmã nasceu e, apesar de eu não ter lembranças disso, foi uma mudança que também me afetou pra sempre. Estou sendo bem solene, mas é porque acho que o texto pede.


Tenho medo da repercussão que 2007 trará. Eu amei demais nesse ano, principalmente de forma velada. Daquelas de olhar e não ter, de ter de se contentar com a imaginação, de devaneios sem sentido porque eram mesmo. Chorei bem menos do que eu queria, menos até que nos anos anteriores, mas a dor enclausurada nunca esteve tão grande.


Meu pai fez palestras no sudeste e, mesmo que ela não tenha sido no mainstream Rio/São Paulo, foi um vislumbre que ele ainda vai bem mais longe. Minha mãe tomou com mais vontade as rédeas da sua vida, mesmo que ainda ela se sinta muito dependente da nossa felicidade pra basear a dela. Minha irmã entrou na faculdade e vai, de pouco a pouco, se encontrando no curso que escolheu. Eduardo cresceu, mais rápido do que todos os anos anteriores. Cada vez mais chega perto o dia em que beijá-lo durante horas seguidas não vai ser mais possível.


Trabalhei, desde janeiro, num jornal. Vi tudo que eu sempre esperava ver em relações de trabalho. Amigos de verdade, inimigos idem, puxação de saco e de tapete em várias intensidades. Saquei o quanto as pessoas têm necessidade de aparecer, mas falam merda e ainda ficam bem na fita porque o que conta é ter atitude e não inteligência. Vi que fazer jornalismo é bem mais legal do que parece, mas que só dá pra fazer se gostar. Caso contrário, bitole-se em concursos públicos e tenha vidinha de rico sem perspectiva de prazer no trabalho.


Tô me formando, o que, de cara, já seria a mudança significativa do ano. Principalmente porque ela não implica só que eu agora serei diplomado, isso é muito pouco. Não sinto mais a UFPI como minha casa já tem um bom tempo. Aliás, andar pelos corredores me dá agora uma sensação de despertencimento. Parece que eu não deveria estar ali, sinto isso no olhar das pessoas. Como se houvesse uma voz dizendo "Você não é daqui".


Sensação terrível. De um lugar que eu praticamente morei, passando, às vezes, de oito da manhã às dez da noite, que eu trabalhei pra melhorar, corri, enchi o meu saco, dos outros, aprendi o que eu agora sei fazer... Local em que a maior parte de mim eu consegui aceitar e, agora, eu vou embora com a estranha noção de que é isso que ela quer. A universidade se move de alunos novos, entrando e saindo daqueles corredores e eu agora estou velho demais pra isso.


Quem sabe eu volte. Por mim, não teria nem mesmo uma foto em placa de formatura, acho isso uma nostalgia demente. Mas você acaba indo com a maré, pra não ter que ouvir que quer ser diferente, quando na verdade nem é. Só quero ser eu mesmo. Mas, se já foi uma luta convencer a minha própria mãe de que não queria festa de formatura, seria demais para ela não me ver numa fotinha de placa. Vai pra ela esse esforço.


Aliás, esse ano eu fiz muitos esforços. Primeiro, claro, o de amar de forma velada, esse tão extenuante que ainda me atrasa. Também tive um trabalho danado para entender o quanto minha mãe me ama mais enquanto eu fico velho. As ligações se tornaram mais freqüentes, a necessidade em me fazer perceber o quanto ela sofre com a distância também. É engraçado. Não to reclamando nem nada. Mas eu pensei que sete (!) anos morando fora a tivessem feito se acostumar.



[continua]

10 dezembro 2007

[por uma vida menos ordinária]

[de Vinícius de Moraes]


"Você que só ganha pra juntar
O que é que há, diz pra mim, o que é que há?
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar!
Por cima uma laje,
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!

Falado - Pois é, amigo, como se dizia antigamente, o buraco é mais embaixo... E você com todo o seu baú, vai ficar por lá na mais total solidão, pensando à beça que não levou nada do que juntou: só seu terno de cerimônia. Que fossa, hein, meu chapa, que fossa...


Você que não pára pra pensar
Que o tempo é curto e não pára de passar
Você vai ver um dia, que remorso
Como é bom parar!
Ver um sol se pôr
Ou ver um sol raiar
E desligar, e desligar...

Falado - Mas você, que esperança... Bolsa, títulos, capital de giro, public relations (e tome gravata!), protocolos, comendas, caviar, champanhe (e tome gravata!), o amor sem paixão, o corpo sem alma, o pensamento sem espírito(e tome gravata!) e lá um belo dia, o enfarte; ou, pior ainda, o psiquiatra!

Você que só faz usufruir
E tem mulher pra usar ou pra exibir
Você vai ver um dia
Em que toca você foi bulir!
A mulher foi feita
Pro amor e pro perdão
Cai nessa não, cai nessa não

Falado- Você, por exemplo, está aí com a boneca do seu lado, linda e chiquérrima, crente que é o amo e senhor do material. É, amigo, mas ela anda longe, perdida num mundo lírico e confuso, cheio de canções, aventura e magia. E você nem sequer toca a sua alma. É, as mulheres são muito estranhas, muito estranhas...


Você que não gosta de gostar
Pra não sofrer, não sorrir e não chorar
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar!
Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!"

05 dezembro 2007

[sing sing sing]


>> Gostei de Gorillaz da primeira vez que eu escutei e, desde então, é a minha banda preferida e não se fala mais nisso;

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>> Desde que li Alta Fidelidade me pego muito pensando no quanto o Rob está certo quando diz que os pais deveriam se preocupar com a música que os filhos escutam.

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>> Minha mãe cantava “O vira”, do Secos e Molhados para que eu dormisse, quando eu era criança.

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>> Minhas paixões musicais são quase idênticas as minhas paixões da vida real. Furtivas, intensas e passageiras.

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>> Acho “50 receitas”, do Leoni, uma das músicas mais “leve-me daqui para a fossa” ever!

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>> Sei cantar de cor e salteado “Cada volta é um recomeço”, do Zezé di Camargo e Luciano. E adoro!

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>> “La valse d’Amelie” será a música da minha missa de corpo presente.

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>> Na sétima série, meio que roubei o cd do Oasis duma amiga só para decorar a letra de “Wonderwall”. Meio que é uma forma mais sensata de dizer “não quis devolver”.

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>> “A festa do Santo Reis”, na voz do Tim Maia, foi uma das músicas que mais escutei quando era criança. Punha o cd lá em casa e adorava, mas nunca ninguém veio me dizer o que era aquilo. Só me deixavam escutar.

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>> Sei as principais coreografias do Gera Samba/ É o tchan! (e me envergonho disso).

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>> Abusei Los Hermanos. Pronto, falei!

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>> Adoro música gospel americana e acho Mudança de Hábito 2 maravilhoso só por conta disso.

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>> Lembro da Clarissa me dizendo que sempre ouve Radiohead quando está mal. E, mais uma vez, me chegam as palavras do senhor Fleming.

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>> MP3 player é uma invenção divina.

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>> “Mas o teu amor me cura de uma loucura qualquer” é um verso que define grande parte da minha vida.

03 dezembro 2007

[mais pedaços]


Tem certas pessoas que a gente afasta mesmo. Se tem algo que eu odeio e já expus trocentas vezes essa opinião é aquela história de ficarem usando frases de "O pequeno príncipe" para garantir que meu coração seja tocado pela culpa de não cuidar dos amores alheios do jeito que os outros acham certo. Eu não sou responsável pelo que eu cativo.

Não existe essa responsabilidade tão unilateral. Mas sempre sou eu a ouvir esse epitáfio nojento. Se eu não consigo manter as pessoas por perto ou mesmo se eu dou um jeito de me afastar de algumas, isso não me faz um monstro insensível. O que eu sou, então? Aí eu já não sei. O certo é que nem sempre eu quero estar perto das pessoas, mesmo que a minha carência me faça possuir carteirinha do clube e tudo.

Adoro ter gente na minha casa, chegar e ver alguém lá dentro. Não sei se está lá porque moro perto da UFPI, não sei se foi porque se sente bem ali. O certo é que me faz bem ter gente comigo e não preciso saber os motivos dela para isso. Mas, morar sozinho não me faz querer estar sempre na rua, me refestelando em festas e animações mil. É, adoro gente por perto, adoro a sensação de ter quem eu gosto comigo.

Porém, não ter uma família faz com que as pessoas te julguem sem vontade própria, simplesmente porque você não terá uma mãe te ligando na madrugada para dizer que é hora de voltar. Mas eu tenho de voltar, eu tenho de ficar, eu tenho família. E não é por conta disso que deixei de querer estar com outras pessoas, gostar delas, amá-las até.

Eu falo muito isso, claro, porque eu me sinto culpado. Meu distanciamento natural não tem nada de falta de amor. Aliás, toda aquela história de intensidade confirma que eu sinto o que eu digo. Amar para mim é fácil, o difícil é continuar amando. Então, eu deixo. Não gosto de autoflagelação, aí eu entrego para quem pensa demais. Não é egoísmo, é auto-preservação.

Não concebo amor com sofrimento. São sentimentos muito díspares, que não tem necessidade de estarem juntos. Então, seja em relações carnais ou de amizade, tudo tem um fim, acaba, it's over, baby! E ficar naquele remanso de ressuscitação só faz como que percebamos cada vez mais o que o outro não tem mais nada a oferecer a nós mesmos e nos seguremos no que, no início, fez com que ficássemos amigos (amor sem sexo = amizade, mas continua sendo amor).

Amigos para sempre? Pode ser... não deixo jamais de ter um sentimentozinho aceso que permita que eu acredite nisso. Mas ainda opto pela praticidade. Mesmo que ela venha envolta de uma culpa suprema e uma dor galopante... que passa. E eu perdi o eixo desse falatório todo, misturei tudo e, de novo, não sei por quê estou tocando nesse assunto... Mas ele volta...

28 novembro 2007

[the irrelevant times]

>> O ex-prefeito de Picos, José Nery de Sousa, foi preso e dormiu na penitenciária. Não tô virando comentarista político, mas isso me trouxe duas lembranças, uma dependente da outra. Meu pai foi secretário de cultura durante o mandato dele e, por uns bons anos, organizou o carnaval de lá. Num desses, em que o aniversário da minha mãe (23/02) caiu na terça-feira da festa, ele subiu ao trio elétrico no meio da noite, em frente à umas 10 mil pessoas, pediu que a banda parasse de tocar e fez uma declaração de amor para ela. Nisso, eu estava voltando com a moça que, à época, fazia minha cabeça e vi minha mãe aos prantos.


"O que foi, mãe?", perguntei assustado.


"Teu pai", ela disse e, na loucura, imaginei uma merda grande, ele a traindo com alguma piriguete interessada em coroas. Mas ela aponta pro trio e ele continuava lá em cima, dizendo que a amava.


Acho que isso aconteceu em 2003... e acho que, ainda hoje, ele faria tudo de novo. E, claro, minha mãe adorou aquilo...



>> Em meio à pedidos velados, findei por conseguir ganhar um aparelho de DVD. E não é um qualquer. Depois de mendigar em um de marca duvidosa (mas que me fez bem feliz, confesso), agora eu tenho um negão em casa, bonito, forte, másculo e, principalmente, tocando de tudo, inclusive DivX. A idéia juntou um montão de gente que torrou seu rico dinheiro em prol de um gostador de filme que estava à míngua. À eles, eternos agradecimentos!



>> Saiu a nova foto do Coringa, encarnado pelo ex-bichinha (tá, só no filme) Heath Ledger, sempre bom ator. Ela veio na capa da revista Empire e mostra que, se depender de figurino e expressão, o novo algoz do Batman vai conseguir ser ainda mais psicopata do que o do velho safado Jack Nicholson, no filme do Tim Burton. Se bem que comparar é foda, já que o aspecto realista que o Christofer Nolan injetou nas aventuras do Morcegão realmente pediam um Coringa menos palhaço e mais assassino. Eu acho que vão ser mermo válido. Roendo os dedos (as unhas já se foram) até o dia 18 de julho do ano que vem.



>> Daniel Radcliffe agora fica dizendo em entrevistas que não está muito chegado no clima mais direcionado às relações entre os personagens que o diretor David Yates está dando para “O enigma do Príncipe”. Ele diz que Rupert Grint e Emma Watson estão adorando um filme mais feliz e blá blá blá mas que ele é tribal-hard-core e gosta mais das cenas com a varinha na mão (¬¬). O certo é que esse menino está crescendo e ficando cada vez mais gótico (e chato, e pedante, e convencido, e zoofílico). Se ele acha que beijar na boca é menos interessante do que gritar magias, tudo bem, mas depois do que foi feito em “A ordem da Fênix” e sabendo de toda a trajetória de Voldemort exibida no livro seis, porque não se dar ao luxo de termos um pouquinho de pegação em Hogwarts? Eu acho muito dignas as idéias de Yates, gostei demais do seu trabalho no quinto porque senti que ele gosta de Harry Potter, apesar de, depois de conversar com Lucy, eu tenha concordado com ela que Peter Jackson deva ser o diretor do sétimo. Não, não... é brincadeira... quer dizer... assim, ah...aliás, nem sei. Dobby morreu...



>> Meu irmão faz 11 anos sábado. E vou ficar com ele em Picos, na festa que ele vai fazer em uma lan-house. É isso que vocês tão pensando: ele vai chamar um bando de gente e esse bando vai ficar jogando on-line por uma boa parte da noite, se não for a noite toda. Festas moderninhas em Picos, ya know? E, antes que você, Sanmya, pergunte assustada se tem lan-house em minha cidade, eu digo: TEM! =P



>> Ouçam Sweet Cherry Fury... é brasileira e é muito boa!

25 novembro 2007

[pedaços]


Às vezes eu tenho recaídas na minha nostalgia insignificante e fico olhando as fotos das pessoas que fui perdendo pelo caminho. E são muitas, tanto as fotos quanto as pessoas.

Nada mais natural, claro. Se pudéssemos manter todos que a gente um dia teve alguma espécie de carinho, nosso mural de fotos seria a muralha da China e aquela desculpa que damos a nossa mãe que estamos no aniversário de fulano seria sempre verdade.

Mas não. Apesar de que não estarmos falando de seres descartáveis, mesmo que aquele lance de dizer que ninguém é insubstituível, não adianta querermos manter as relações para sempre. Aliás, não adianta para mim.

Das amizades que mantenho hoje, que eu considero como verdadeiras e, claro, excetuando a minha melhor amiga, que conheço desde sempre, nenhuma supera os cinco anos. Com nenhuma delas eu conto histórias de adolescência, porres homéricos aos 17 anos ou mesmo um dia de não fazer nada nas férias escolares.

Todos os meus amigos são feitos de forma rápida, em uma intensidade que, mesmo para eles, é muito forte e menos demorada de acontecer do que o normal deles. Não tenho nenhuma qualidade superior a ninguém, não sou mais legal que nenhum deles, mas esse lance da rapidez sempre ocorre.

Se isso faz com que elas também tenham velocidade no fim? Não sei. Aliás, eu não sei nem o porquê de estar escrevendo isso...

14 novembro 2007

[7]


Harry Potter e a pedra filosofal

- Escondeu o que de mim? – perguntou Harry, ansioso.

- PARE! Eu o PROÍBO! – gritou tio Válter, em pânico.

Tia Petúnia deixou escapar um grito sufocado de horror.

- Ah, vão tomar banho vocês dois – disse Hagrid. – Harry, você é um bruxo.

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Harry Potter e a Câmara Secreta

E virou-se para ir embora.

- Venha, Dobby. Eu disse venha.

Mas Dobby não se mexeu. Segurava no alto a meia pegajosa e nojenta de Harry, admirando-a como se fosse um tesouro inestimável.

- O meu dono me deu uma meia – disse Dobby, incrédulo. – O meu dono deu a Dobby.

- Que foi? – cuspiu o Sr. Malfoy. – O que foi que você disse?

- Ganhei uma meia – disse Dobby, incrédulo. – Meu dono atirou a meia e Dobby a apanhou, e Dobby... Dobby está livre.

Lúcio Malfoy ficou imóvel, encarando o elfo. Então, atirou-se contra Harry.

- Você me fez perder o criado, seu moleque!

Mas Dobby gritou:

- O senhor não fará mal a Harry Potter!

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Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban

“O Lord das Trevas está sozinho e sem amigos, abandonado pelos seus seguidores. Seu servo esteve acorrentado nos últimos doze anos. Hoje à noite, antes da meia-noite... O servo vai se libertar e se juntar ao seu mestre. O Lord das Trevas vai ressurgir, com ajuda de seu servo, maior e mais terrível do que nunca. Hoje à noite... o servo... vai se juntar... ao seu mestre”

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Harry Potter e o Cálice de Fogo

De muito longe, acima de sua cabeça, ele ouviu uma voz fria e aguda dizer: “Mate o outro.”

Um zunido, e uma segunda voz que arranhou o ar da noite:

- Avada Kedavra!

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Harry Potter e a Ordem da Fênix

- Uma pessoa não pode sentir tudo isso ao mesmo tempo, explodiria.

- Só porque você tem amplitude emocional de uma colher de chá, isso não significa que sejamos iguais. - disse Hermione maldosamente, retomando sua pena.

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Harry Potter e o Enigma do Príncipe

- Vai dar tudo certo, senhor – Harry repetia sem parar, mais preocupado com o silencio de Dumbledore do que estivera com a fraqueza da sua voz. – Estamos quase chegando... Posso aparatar com o senhor para voltarmos... não se preocupe...

- Não estou preocupado, Harry – disse Dumbledore, sua voz um pouco mais forte apesar da frieza da água. – Estou com você.

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Harry Potter e as Relíquias da Morte

Houve um estrépito quando os dentes do basilisco caíram em cascata dos braços de Hermione. Correndo para Rony, ela se atirou ao seu pescoço e chapou-lhe um beijo na boca. Rony largou os dentes e a vassoura que estava carregando e retribuiu com tal entusiasmo que tirou Hermione do chão.

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[quero ver os pottermaníacos fazerem as suas escolhas]

13 novembro 2007

[avenida da esperança - 2]

Se eu pudesse, eu viveria de ficar lendo em cima da minha cama, tentando sempre arranjar uma maneira boa de que o livro fique em posição. Ficaria ouvindo músicas de todos os tipos, em volume mais alto possível, imitando as formas de dançar dos meus amigos. Teria unhas que cresceriam ao meu comando, só para que eu pudesse roê-las na hora que desse vontade. Teria dinheiro, muito, pra comprar o que me desse na telha, sendo que a minha telha nem é lá muito cara. Teria um cinema para mim, com uma máquina de pipoca do lado da minha cadeira e ela seria igualzinha a do Chandler e do Joey. Moraria com meu irmão e, mesmo achando saudável, o mostraria que tem muita coisa legal no mundo além do Flamengo ganhar. Faria com que ela acreditasse. Não saberia não viver de amor...


[não é meme, mas eu respondi, Lucy...]


11 novembro 2007

[i still believe in magic]


"A garota se aproximou dele mais um passo.

- Então, pensei que gostaria de lhe dar uma coisa que fizesse você lembrar de mim, sabe, se encontrar uma veela dessas quando estiver fora, fazendo seja lá o que vai fazer.


- Acho que oportunidades de sair com garotas vão ser mínimas nessa viagem, para ser sincero.

- Esse é o lado bom que eu estive procurando - sussurou ela e, em seguida, beijou-o como nunca o beijara antes, e Harry retriubuiu o beijo, e sentiu uma felicidade que o fez esquecer todo o resto, melhor do que qualquer uísque de fogo; ela era a única realidade no mundo, Gina, a sensação do seu corpo, uma das mãos em suas costas e a outra em seus cabelos perfumados..."

Harry Potter e as Relíquias da Morte - Página 95

07 novembro 2007

[8]

Ela mandou, eu faço!


1. Eu gosto de misturar o xampu e o condicionador e usá-los de uma vez só por achar esse lance de 2 em 1 super digno;

2. Sempre que estou sozinho no meu quarto eu estou pelado. Em um calor como esse, ficar com qualquer peça de roupa desnecessária (todas) é uma forma de masoquismo. Então, fico lá com o bicho que balança balançando (:P);

3. Fico suado em tudo quando é parte do corpo, desde as mais óbvias, como debaixo do braço, como nas mais estranhas, virilha e sobrancelha. Isso, associado ao fato que eu mor(r)o no inferno, me traz certos transtornos como enxugar a cara todo o tempo;

4. Eu já furei a cabeça e o queixo, dei um jeito e cortei todo o pé, já ralei mão, joelho, perna, barriga, braço, cortei a boca, levei topadas homéricas (e ainda tinha que suportar meu pai pondo sal para estancar o sangue), caí de bicicleta, caí de patins, caí de árvore, caí de escada, caí mais outra vez, mas nunca quebrei nem um osso e tenho trauma de nunca ter usado gesso no braço;

5. Não sei manter meus créditos de celular por mais de 2 dias. Seja mandando mensagens sem sentido para todas as pessoas, seja ligando para falar de qualquer besteira que tenha acontecido, eu os gasto sempre de forma a saber que, com um celular de conta, eu estaria lascado;

6. Odeio o fato de que na profissão que escolhi você tem que acabar sendo educado com um bando de gente sebosa. Seja em repartição pública, em que todo mundo parece ter algo enfiado lá dentro ou no seu próprio ambiente de trabalho, em que a língua afiada natural consegue ser lapidada, o certo é que você acaba pagando de legal com um trocentas gentes pelas quais você deveria estar cagando. Mas, é a vida...

7. Tenho um sono extremamente fácil de chegar e difícil de acabar. Sou sonolento por natureza, bocejo a cada 5 minutos e sempre vou dizer que estou cansado (apesar de que bem menos que o Ennio). E, na maioria das vezes, eu estou mesmo muito cansado;

8. Adoro memes, se pudesse, responderia todos, mas tem um bando de gente que é tão engraçado (tipo a que me mandou responder esse), que eu acabo deixando de mão e guardo um bando deles respondidos só pra mim!

04 novembro 2007

[it's coming up]


Novembro chega e, mais uma vez, cá estou eu ficando mais velho. Não me importo com quem lembra ou quem esquece, não me importo de ganhar presente, principalmente por saber que, sendo assim, quando ganho, até um papel molhado me faz feliz. Mas, não custa nada uma baboseira que faça eu postar algo mais, então,vai aí um top 5 do que eu realmente queria ganhar de presente.


1. Nintendo Wii: sou viciado em video game, ponto! Acho que até um Master System me faria feliz (Alex Kid na memória!!!!!), mas a experiência visual que o Wii tem me causado até agora é proporcional a ótimos orgasmos, sendo que muitos deles, múltiplos, como em ver a porra do braço da Samus Aran se movendo ao bel prazer do jogador, em Metroid Prime 3. Tipo de coisa que faria o presenteador ganhar um escravo branco foreva!


2. DVD: pobre sofre não só por não ter dinheiro. Sofre porque, sem dinheiro, tem de aceitar esmolas, e elas sempre representam algo que não te faz muita falta e você acaba passando em frente (ou vai dizer que você dá 10 conto pro flanelinha?). Por isso, quando a minha digníssima avó paterna comprou um dvd ultra-mega-stradivarius dvd com capacidade de ler de tudo, até javanês, ela pegou o antiguin dela e deu pámim! Mas, o coitado deu pau e como eu não fico muito à vontade vendo filmes na tela do computador, um novo aparelho de dvd cairia muito bem!

3. Extremamente alto e incrivelmente perto: não sei se foi o momento, não sei se foi o livro, o certo é que essa foi, até agora, a leitura que mais me tocou. Chorei, sorri, pensei, aprendi, vivi um pouco mais por conta de Oskar. Mereço ter esse livro comigo e, se for alguém me dando, melhor ainda!

4. Muita gente no Mercearia dia 22: véspera do grande dia e cheio daquele povinho que eu teimo em dizer que amo! Bom demar!

5. Visita do senhor Luis Eduardo Feitosa Campos: acho até que só precisava disso...

30 outubro 2007

[tim festival]

Até o momento que eu vi o palco enorme, eu não acreditava que era sim a minha pessoa que estava lá, dentro do Anhembi, em São Paulo, para ver o Tim Festival. Não importava o quanto de pessoas vestidas estranhas eu visse, quantas camisas de bandas de todos os cantos em olhasse ou mesmo o ingresso que eu teimava em manter próximo a minha mão: só quando me vi com os pés no cimento é que caiu a ficha e eu saquei que iria ver shows que não eram para esquecer nunquinha.
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Fui para o Tim Festival na cara e na coragem, com pouca grana e nada de credenciais, porque esse ano parece que o pessoal da organização pensou que nenhum piauiense iria querer saber deles. Ledo engano. Acompanhado de mais três conterrâneos e sabendo de outros vários espalhados, chegamos cedo ao local do show.

Por outro golpe da sorte, o dia 28 de outubro foi quente, espantando a chuva que era dada como certa. Os tipos, cada vez mais estranhos e interessantes, se aglomeravam perto do palco e eu ficava cada vez mais nervoso. Eu não acreditava. Dali a pouco, artistas que eu só via em clipes de You Tube ou de downloads de internet iam estar ali, há 20 metros de mim.


Mas daí já não tinha tempo. “This is Spank Rock, motherfuckers!” e lá estavam os americanos de Baltimore iniciando o festival. Misturando hip hop com eletro, a banda mostrou uma interação incrível com a platéia, fazendo um batidão, com percussionistas, DJ’s, simulações orgásticas e muita dança para o público.

Apesar de o show ter sido minúsculo, por volta de 45 minutos apenas, deu para esquentar e, ainda, foi nele em que tivemos os únicos moshs da noite: sendo quase jogados pelo resto da banda, três integrantes se entregaram aos braços da galera, arrancando gritos histéricos de todos.

A noite chegou e junto dela veio o Hot Chip. Os ingleses fizeram o show mais fraquinho da noite, mesmo com vários fãs cantando junto. Não se sabe se pelo aspecto inglês de ser, mas o certo é que eles praticamente não interagiram com a platéia, fazendo um show mais voltado para eles mesmos.

Ainda sofreram com uma parada de 18 minutos, por conta de problemas no som, que fizeram o ânimo ainda ficar mais instável. Mesmo assim, na hora de Over and Over, o maior hit do grupo, os pulos foram constantes, apesar de pontuais.

Ao fim, mais de 1h de espera. O clima mudava, as nuvens ficavam mais escuras, mesmo que a chuva não aparecesse. No palco, bandeiras eram hasteadas, telões eram colocados, além de uma pequena arquibancada. A espera parecia infinita, mas toda ela foi compensada.


Enfileiradas, diversas mulheres envoltas em roupas bufantes e instrumentos de orquestra, cada uma com uma bandeirinha nas costas, se aglomeravam na arquibancada que havia no palco. E elas abriam caminho para um ser pequeno, em um turbante enorme, que entrava ao som de Earth Intruders: Björk, a deusa do gelo, estava no palco.

Nada havia me preparado para aquilo. Tudo no show foi pensando tendo alguma razão de existir. Fosse a orquestra, a subversão na falta de guitarras e baixos, ou os dois capitães dos computadores, que sampleavam as músicas ao toque de dedos, em um equalizador high-tech, a sensação era de transe.

E, claro, existia Björk. Dançando freneticamente, pulando no palco, dizendo “obrigados”, a islandesa causava sensações impressionantes em seus fãs, que choravam, gritavam e mantinham os olhos fechados em forma de prece. Era quase uma celebração pagã, em que uma deusa vinda de um local distante mostrava aos seus adoradores que ela era sim misericordiosa e poderia fazer seus desejos serem atendidos: sem dúvida o show mais bonito que eu já havia visto.

Depois de mais uma hora para retirada dos apetrechos do show da Björk (atrasos foram constantes em toda a noite), um palco quase limpo de detalhes foi tomado por Juliette & The Licks. Depois de abrir com Smash Ang Grab, uma piradíssima Juliette Lewis perguntava aos fãs: “Do you really really Love the Licks?”. “Yeah”, responderam em uníssono, dando a deixa para que ela fizesse o que bem queria.


Isso inclui pulos frenéticos, simulações excitantes com o microfone, peitinho de fora para o baterista e uma super intimidade com a platéia. Músicas como Get Up e Hot Kiss ainda eram acompanhadas por todos, mostrando que atriz-cantora sabe mesmo agradar diversos públicos. Entretanto, a banda sofreu com um som abafado, que tirou muito da graça de ouvir a voz desesperada de Juliette, mas que foi compensando por ela própria.

Uma correria para próximo do palco tomou conta do público ao fim de Juliette. Eram os Arctic Monkeys que se preparavam para entrar e parece que todas as quase 30 mil pessoas que estavam no Anhembi queriam vê-los. Com uma decoração simples, como em uma garagem iluminada por holofotes, Alex Turner e companhia fizeram o show mais elétrico da noite.


Com todas as músicas acompanhadas pelos fãs, eles dosaram bem as escolhas do primeiro cd, Whatever People Say I Am, That's What I'm Not com as do segundo, Favourite Worst Nightmare. É incrível poder assistir um show de uma banda como Arctic Monkeys. Apesar da pouca idade, eles parecem estar em uma espécie de auge criativo, sendo extremamente intensos, como provaram na seqüência Fake Tales of San Francisco e I Bet You Look Good On The Dancefloor.

Mesmo pequeno e o pouco falatório com a platéia, os Macaquinhos do Ártico fizeram um show no ponto, que valeu a expectativa criada por ser hype internético.

Pés que doíam intensamente, uma fome desgraçada e tudo acabado nos bares do evento (só sobrou cerveja à cinco reais): antes do show do The Killers a sensação que tive é de que iria me desfazer em dor. Mas quando a decoração estilo old Las Vegas bíblico se iluminou e o vocalista Brandon Flowes chegou ao microfone, pedi aos deuses da música mais um pouco de força.


E valeu a pena. Mesmo com um atraso de três horas, a banda americana conseguiu fazer todo mundo perder mais um pouco da cabeça. Os hits estavam todos lá, como a enlouquecedora de platéias Somebody Told Me e Mr. Brightside, além de outras menos conhecidas, mas ainda assim ótimas da banda, como Jenny was a friend of mine, todas do primeiro cd, Hot Fuss, e o pop de Bones, do segundo trabalho, Sam’s Town.

Os Killers se despediram perto já das cinco da manhã, quando a enxurrada de gente começava a sair do Anhembi. Em casa, ainda excitado, me perguntava se tinha tudo sido verdade. Era sorte demais... Mas foi!

25 outubro 2007

[is this it]


O que eu queria te dizer era que, realmente, se eu for pensar bem, não sobrou muita coisa. Acho que umas músicas que a gente aprendeu junto, aquele dedilhado que eu teimo em repetir, um frasco de perfume que eu guardei...


Mas por que o sentimento deveria ser o mesmo depois de tanto tempo? Seguimos em frente, eu, na mesma idéia de conseguir abarcar o mundo sem me apegar a ele e você com seus sonhos de abarcar o mundo justamente para amá-lo. Não me agrada gostar de ninguém, você sabe.


Eu aprendi a achar esse lance de amor um entrave na vida das pessoas. Ter um filho, pra que? Não poder nunca mais dormir tranqüilo sem saber que ele respira ou mesmo entregar um carro só para satisfazer a adolescência dele mas morrendo de medo de uma morte em um sinal?


E onde fica meu sono nisso tudo? Onde eu encaixo o meu egoísmo, esse sim parte importante do que me faz ser mais forte do que a frustração de amar? Porque doer, já doeu um bocado. Principalmente porque o centro de controle do que sente é diferente daquele que diz.


Sim, eu quero falar que sou egoísta, que, realmente, meu amor é algo descartável, pra que eu possa manter-me longe da dependência que ele cria. Mas eu e você sabemos que ainda terei um filho e vou chorar em cada chute que ele der na sua barriga, porque esse filho nós decidimos ter juntos.


Mas eu digo sim que preferiria o egoísmo de um sono tranqüilo às experiências paternais. Porque eu tenho mesmo medo de amar e isso não é paradoxal. Eu fui criado para amar demais, eu fui criado sendo amado demais. Eu criei vínculos amorosos que sempre ultrapassaram os discursos alheios.


Eu tive mãe de filme infantil, que leva doce na cama e acorda o filho com um beijo na testa. Eu tive um pai que não tava cansado quando chegava do trabalho e punha meu presente de Natal embaixo da cama. Eu tenho pais que se amam e se beijam e se completam, mesmo depois de tanto tempo juntos. Me criaram para acreditar que amor é isso.


Daí, sofrer por conta de algo que sempre me foi passado como perfeito é pedir muita racionalidade. Meu abandono é minha forma de dizer que a sua realidade me incomoda e, se eu não puder ter aquela que fui colocado para acreditar que exista, serei único na minha procura sim.


Por isso, eu vou tentar esquecer que você disse que eu trato as pessoas como cartas. Porque, como eu, você está sendo egoísta, pensando que só a sua forma de amar é a certa. Ficamos quites. Porque eu também acho que a minha é que a vai me fazer feliz. E, nesse momento, minha felicidade é dormir.

22 outubro 2007

21 outubro 2007

[gimme 3 wishes]


De vem em quando você ama tanto alguém que esquece o quanto o seu amor não pode afastá-la do sofrimento...

Logo eu fui esquecer-me disso... Quanta ironia...

.

.

.

Sim, eu queria ser um gênio da lâmpada...

[don't you have anything better to do?]


tarefa repassada, à pedidos velados, por karla nazareth

the rules:

a) pegar um livro próximo (próximo, não procure).
b) abrir na página cento e sessenta e um.
c) procurar a quinta frase completa.
d) postar essa frase em seu blog.

observação a) não escolher a melhor frase nem o melhor livro.
observação b) repassar para outros cinco blogs (facultativo nessa jurisdição).

Livro: O Pasquim - Antologia - Vol. 1

"Eu tenho um revólver mas é de mentira"

[O fillho de Robin Hood - Vinícius de Moraes]


Repassada:

1. Clarinha Paz
2. Luciana Dantas
3. Pedro Jansen
4. Sanmya Meneses
5. Ana Clara Lages

20 outubro 2007

[raiva de olhos azuis]


Eu odeio que, em lances de amor, me peçam racionalidade enquanto eu me encontro em um poço de ódio. É lindo sair por aí pagando de superior, escondendo a sua raiva como se nada te afetasse, como se dignidade fosse sinônimo de indiferença. Mas não é.

Esconder o que se está sentindo apenas para aparentar que tudo está bem é uma faca de dois gumes, porque o controle da raiva é tão facinho de ser quebrado que chega a me fazer rir as histórias que eu conheço de “tudo está bem, mesmo com a merda”.

Mas, óbvio, sentir-se na merda obriga a nada estar bem e, disso, surgem atitudes tão infantis daqueles que se amam (ram) e até mesmo expectativas bobas das atitudes “racionais” advindas do fim que me causam espanto.

É gente que escreve textos sem nomes, mas citando características que fazem todo o sentido necessário, como se estivesse todo feliz em encontrar possibilidades de novo amor, mas só querem afetar o antigo.

São aqueles que não resistem à uma boa fuçada em todos os meios internéticos para descobrir o que o outro está fazendo, mas jamais admitiriam isso. É quem espera que o amor seja algo tão sublime, que faça com que as ações que surgem do fim dele se amparem em tudo que representou, garantindo sorrisos mesmo quando a vontade é o choro.

Parece até que eu estou fazendo o mesmo, citando exemplos como se fossem invenções minhas, mas é porque não sou a palmatória do mundo e acho que essa racionalidade que todos desejam aparentar é tão falsa que as atitudes se tornam visivelmente sem sentido para quem as faz.

Por isso que nunca deu certo tentar ficar amigo de minhas ex-namoradas. Por mais que pareça existir essa amizade, por mais que exista carinho, desejo de felicidade mútua e mesmo uma saudade boa, a intimidade de um relacionamento é uma arma eterna para quem não está mais junto.

Seja sua performance sexual, suas nóias, seus amores além dela, tudo em quanto fica guardado e pode ser usado em uma conversa bobinha, de “amigos”, como se nada daquilo representasse mais. O problema é que mágoa fica e sou daqueles que crêem demais que, mesmo sem raiva, certas lembranças só se tornam lembranças porque são insuperáveis e representam o amor que não deu certo.

Amor que acaba é algo que não se esquece. Não importa o quanto amor você tenha daqui pra frente, mas, se já amou outra vez, acreditou que era a última. Sendo assim, acreditou também que se não deu é porque alguém fez errado e quase ninguém, para soar democrático, pensa que a culpa foi sua.

O que eu quero mesmo é não falar, não manter contato, não ouvir sequer o nome ou encontrar em um bar sujo sozinho para tomar cerveja. Quero é distância, tempo para que eu pense no que fiz ou no que fizeram comigo, mesmo sabendo que nada disso vai fazer a raiva ir embora rápido.

É questão de maturidade, que não quer dizer entendimento completo e cristão. “Eu não te amo mais”, “Você me faz sofrer pra caralho”, “Eu preciso de um tempo pra mim”, “Eu acho que gosto de outra pessoa”, “Eu te traí”, “Você me traiu”, “Nós traímos”, não importa quais foram os motivos que te levaram ao fim.

Só não me peça pra ser legal com você depois disso...