21 agosto 2007

[eu te digo]

Você parece sempre sentir medo quando eu estou por perto. Um receio, um temor... misturado à uma necessidade de manter-se ao me lado. Me abraça por segundos determinados, tempo suficiente para que eu não pense nada além deles e beija a minha cabeça sem tocá-la, como se uma mão a mais pudesse entregar tuas vontades.

Claro que é pretensão demais minha imaginar que elas existam. Imagino que você as tenha porque é bom para mim. Eu adoro sonhar que, realmente, suas mãos querem ir além. Que nosso abraço pode durar mais um pouco, até que a gente sinta por completo nossos corpos um no outro. Que um beijo não seja nada além de um beijo, só para que ele possa acontecer e não te faça sentir culpa por achar que é errado.

Eu acho que seria bom. Seria bom você não ter medo de mim. Não esperar que eu tenha ação, quando na verdade eu também fico cheio de receios. Mas, eu também não acho que estaríamos sendo corretos. São tantas pessoas envolvidas, tantos problemas que um suposto amor pode trazer, que me dá preguiça de ser herói e lutar contra os moinhos de vendo, principalmente por achar que apaixonar-me por você é algo fácil.

Por mim, continuo a ter o que tenho, mesmo imaginando mais longe. Com quando passo a mão nos teus cabelos lisos, em um cafuné demorado, enquanto você finge que dorme, resmungando que eu não mexa com você. Ou ouço teu riso demorado, sincero, alto, quando eu te conto aquelas histórias que todo mundo acha sem graça, mas você consegue perceber onde eu quero chegar com elas.

Naqueles momentos que te dou cerveja e vejo tua careta azeda, para depois me pedir mais um copo cheio, lambendo os lábios, até chegarmos à embriagez e começarmos a rir de nós mesmos. Deitar do teu lado para assistir um filme bobo, e perceber o tamanho de sua beleza quando está prestanto atenção em alguma coisa. Ou ainda ouvir você falando mal da sua chefe, malogrando sua suposta incapacidade de sair de perto dela e rezando para que ela não faça sexo.

E, falando em sexo, queria fazer sexo com você. Queria passar uma tarde inteira suando, sem me importar com o celular que chama, a crise aérea ou da seleção de vôlei, que, por sinal, você adora mas eu odeio. Queria te comer em uma piscina, depois da tarde de suor, em cima da mesa da sala, no meio do jantar, enquanto você espera pela novela, pra te mostrar que, diferente do que você fala, o sexo de verdade é bem melhor que na televisão.

Queria poder ficar abraçado em você depois de gozarmos, rindo do seu cabelo revoltado depois do sexo, fumando um cigarro, sem roupa, só para que você fizesse cara de nojo para meu momento clichê. Queria te desejar novamente bem rápido e, com isso, fazermos tudo de novo.

Mas, se não posso ter o que quero, paciência. Você, com sua monogamia apaixonada, tão típica, querendo manter casa, família e cachorro. Eu, com minha estranha mania de querer o novo, sabendo que ele me impede de fixar terreno em qualquer que seja a modalidade de amor. Não combina, né? Mesmo assim, dá uma vontade...

12 comentários:

luana disse...

ooopa!

Aline disse...

uiuiui

oseguinte disse...

putaquepariu.


adorei o texto
;)

Alícia Melo disse...

como vc consegue ser todo puto e romantico ao mesmo tempo? x)
,*

Anônimo disse...

Cara, essa Alicia Melo disse tudo!

Lindo texto, meu bem

=*

Cláudia Cyléia disse...

E lutar contra moinhos de vento dá um trabalho enorme, eu que o diga. Quanto ao inseto verde do meu post, talvez eu ainda carregue comigo: fiz a matrícula.

luana disse...

don quijote eh um livro q estah na minha lista de proximos... mto famoso pra naõ ser lido neh nao? ahahuhauhauh

Anônimo disse...

ai ai... bem que poderia ser uma carta de amor... ou não. Pra variar, tu arrasa nos textos, seu coiso!! =*****

Lucy, disse...

ui!

cinematográfico amigo =]

photographie disse...

nossa, que vontade! você me fez querer muito essa trepada, esse amor, essa paixão. será que todo mundo passa por isso? dá culpa, dá medo... e muita vontade! quero muito! e se acontecer a gente brinda com champanhe. se não, a gente fica como sempre ficou, contando história que vira passado. porque até vontade passa...

Anônimo disse...

gostaria de escrever um comentário enorme, e dizer repetidamente o quão sensacional é esse texto. gostaria de dizer mais do que um simples "me identifiquei". gostaria de expressar o quanto eu adoro esses pequenos detalhes que você citou, que para tantos podem ser tão triviais, mas que para mim são o que fazem valer a pena. mas acho que estou sem voz, e sem palavras melhores.

fantástico. porra! =)
(porque, às vezes, um simples palavrão resume tudo)

maria clara disse...

huuummmmm