18 setembro 2007

[prêmio]

[matéria premiada no Concurso Dom Avelar Brandão Vilela, como melhor de jornal impresso sobre a Caminhada da Fraternidade 2007]
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A fé é um ato solitário. Para conseguir elevar-se até o lugar em que se encontra aquele ser ao qual você devota suas preces, por vezes é necessário fechar os olhos e ver dentro de si, para enxergar como se chega até ele. Entretanto, quando as preces se juntam em uníssono é que percebemos a força dessa fé, pois em cada olho fechado está um mesmo pedido.

Pensar em mais de 60 mil preces então é pensar em um poder de fé que consegue, de verdade, tocar Deus. Todas elas estiveram reunidas ontem (17), na 12ª Caminhada da Fraternidade. Em seus 7,6km de extensão, os fiéis teresinenses e de diversas cidades do estado enfrentaram o sol para demonstrar sua preocupação com o meio ambiente.

Com o tema “Vida e missão neste chão”, a Caminhada da Fraternidade, organizada pela Associação Social Arquidiocesana (ASA), juntou fiéis de todas as idades ao redor da Igreja de São Benedito, ponto de partida. Todo paramentado, com camisa da caminhada, boné e no seu carrinho, o pequeno João Victor, de dois anos, era um dos exemplos da mistura que era o evento.

Sua mãe, Bellynha Quaresma, na sua primeira caminhada, diz que está pagando uma promessa que fez a si mesma de que participaria. “Passei a noite acordada, mas estou aqui e nós dois vamos fazer todo o percurso”, garante.

De acordo com Emília Nunes, coordenadora do evento desde sua primeira edição, a cada ano a receptividade dos fiéis é maior. “Quando lembro que reunimos três mil pessoas na primeira vez e agora mais de 60 mil só posso dizer que é um sinal de Deus”, garante.

Segundo Emília, até a terceira edição, somente o Lar da Fraternidade era beneficiado com os recursos originados com a caminhada. Depois dela, o dinheiro arrecadado pôde ser dividido entre diversos projetos sociais. “Ajudamos cerca de cinco entidades com o dinheiro que conseguimos a cada ano e fazemos sempre a prestação de contas”, frisa.

Em seu discurso durante a celebração que antecedeu a caminhada, o padre Tony Batista, idealizador do evento, ressaltou que ela é um ato de amor, um grito de atenção para a causa ambiental. Segundo Tony Batista, a sensação causada pela caminhada é “escandalosamente alegre”.

“Ver a grandeza e a beleza da fé dessas pessoas me faz sentir a solidariedade que existe em cada um de nós. Fico sem palavras, porque o povo não se acomoda, participa e a cada ano aumenta”, assegurou, logo ao chegar ao ponto final da caminhada, no cruzamento da Avenida Universitária com a Avenida Ininga.

Realmente, os fiéis que seguem a caminhada não se deixam abater. Exemplo maior está em Saturnina Ramos de Oliveira que, aos 100 anos, estava atenta às palavras dos celebrantes da missa. Apesar da voz distante, o passo ainda era firme e ela afirmou que a fé era o que a mantinha participando da caminhada. “Quem me deixa vir é o pai Deus”, diz.

Cerca de 45 carros de som foram colocados ao longo do percurso para acompanhar os fiéis. No ponto final da caminhada, um palco mostrava vários shows, que eram transmitidos através dos carros para aqueles que caminhavam. Quando os fiéis começaram a chegar, foi montada uma quadrilha, mostrando que nem o sol nem o cansaço da caminhada tiraram o pique deles.

Com 68 anos, Joana Maria da Conceição Silva falou sobre a sorte que é conseguir, na sua idade, fazer o percurso inteiro. Ela diz que já faz isso há quatro edições e que vai participar enquanto puder. “Se Deus quiser estou aqui no ano que vem”, completa.

Já a eleita rainha caipira da quadrilha da Fraternidade, como foi batizada, dançou por entre as pessoas e deu show no palco. Aos 65 anos, Francisca Clemilda, ofegante após sua “apresentação”, só teve fôlego para dizer uma coisa: “Cansei”.

A fé faz você caminhar 7,6km, agüentar o calor de Teresina e, no caso do padre Tony Batista, já pensar nos preparativos para a 13ª Caminhada da Fraternidade. “Ela vai acontecer no dia 15 de junho de 2008”, fala. Mas, na hora do forró, nem mesmo a fé espanta o cansaço. Entretanto mostra que os fiéis não arredam o pé quando o assunto é fraternidade, mesmo que seja para dançar no asfalto quente.

12 comentários:

J. disse...

postagem toda orgulhosa aqui ó... http://aidoutorquedor.blogspot.com/2007/09/o-pinta-de-porco-poiz-minha-gente-eu.html

=D

Lucy, disse...

And the oscar goes to...
Chega de ensaiar receber prêmios imaginários no banho:D
tu arrasan!

/amigaorgulhosacomsorrisobobo

;**

Anônimo disse...

menino, eu posso dizer assim ó: sabe aquele jornalista fino? o do prêmio? é meu amigo demais. joga até alemão comigo.

. : . Taninha . : . disse...

Parabéns Rafaaaaaa!!!

=D

oseguinte disse...

huuuu 8)
mas ta chique!

maria clara disse...

você é o máximo.
eu sempre soube...
;)

Alícia Melo disse...

vô dizer tudo de novo não.
tu já sabe.
,*

Cláudia Cyléia disse...

Prêmio mais que merecido.
Parabéns, Rafael!

Anônimo disse...

não fiquei orgulhosa

e quase nem me segurei pra chorar
até pq eu era tua mãe lá no dia kkkkkk

Marcello disse...

parabénss caraa =]

O nome do blog é inspirado no filme "Bonequinha de Luxo" disse...

se garante, hein!! =P

Unknown disse...

meega

me fussa!