25 novembro 2007

[pedaços]


Às vezes eu tenho recaídas na minha nostalgia insignificante e fico olhando as fotos das pessoas que fui perdendo pelo caminho. E são muitas, tanto as fotos quanto as pessoas.

Nada mais natural, claro. Se pudéssemos manter todos que a gente um dia teve alguma espécie de carinho, nosso mural de fotos seria a muralha da China e aquela desculpa que damos a nossa mãe que estamos no aniversário de fulano seria sempre verdade.

Mas não. Apesar de que não estarmos falando de seres descartáveis, mesmo que aquele lance de dizer que ninguém é insubstituível, não adianta querermos manter as relações para sempre. Aliás, não adianta para mim.

Das amizades que mantenho hoje, que eu considero como verdadeiras e, claro, excetuando a minha melhor amiga, que conheço desde sempre, nenhuma supera os cinco anos. Com nenhuma delas eu conto histórias de adolescência, porres homéricos aos 17 anos ou mesmo um dia de não fazer nada nas férias escolares.

Todos os meus amigos são feitos de forma rápida, em uma intensidade que, mesmo para eles, é muito forte e menos demorada de acontecer do que o normal deles. Não tenho nenhuma qualidade superior a ninguém, não sou mais legal que nenhum deles, mas esse lance da rapidez sempre ocorre.

Se isso faz com que elas também tenham velocidade no fim? Não sei. Aliás, eu não sei nem o porquê de estar escrevendo isso...

6 comentários:

Sanmya disse...

eu passei boa parte dos meus últimos anos me perguntando porque isso aconteceu.se era culpa minha, dos outros, do tempo ou da falta de chuva em Teresina.Isso doía tanto!Eu tenho amigos que podem contar como eram minhas mechas laranjas no meu niver de 15 anos, ou pra contar que eu fui miss diocesano mirim aos 8. Aqueles que cresceram junto comigo e acompanharam meus cortes de cabelo.

Existem pessoas q eu passei mil anos me lamentando pq se foram da minha vida e hoje em dia eu vi simplesmente q quem quer e merece ficar, tá aqui dentro do meu coração. E existem vocês, q fazem eu me aceitar, me encontrar...lindos, lindos amigos.

já me magoei muito com isso, já me questionaei, já perdi muito tempo.
hoje eu só uso o Hebert Viana pra sarar a dor "Ela disse adeus e chorou, já sem nenhum sinal de amor"

oseguinte disse...

amo tanto tanta gente que chega a doer.
isso de rapidez é tão relativo...não sei se isso é bom ou ruim, só sei que é relativo.




e que dói também.

maria clara disse...

eu sinto um misto de raiva e tristeza quando penso na falta que algumas pessoas fazem.
e tem uma música da azure ray (sleep), que começa dizendo assim: "fill these spaces up with days" e, quando eu penso nessa falta, me sinto mesmo como se eu tivesse preenchendo os espaços com dias, esperando que certas pessoas voltem e fiquem por perto.

J. disse...

eu me permito intensidade e dedicação a qualquer pessoa afeita a confiança e amizade mesmo.

assim, tenho histórias com cada "amigo" e amigo.

os que conhecem minha alma, no entanto, eu conto numa mão.

os que se foram ou que ficaram pelo caminho, não condeno. a vida é foda, não se pode fazer nada contra isso.

eu, ao contrário, posso fazer algo contra a minha distância. e to chegando ai :)

Marcello disse...

Eu tenho sorte de que até agora, nunca me separei das pessoas que mais amo. Talvez alguns fatos como eu ter ainda 16 anos, morar no mesmo apartamento há 16 anos, estudar na mesma escola e mesma sala a 14 anos, e minhas viagens nunca duraram mais de 1semana num lugar, constribuisse um poquim para isso:D.

Alícia Melo disse...

eu não sei responder isso. tenho amizades que mantenho desdo maternal, tu até conhece. anos mais presentes, outros um pouco mais afastasdos, pela vida mesmo, mas nunca deixou de ser o que é. tenho grandes amigos de todas as épocas da minha vida. Tem aqueles que quase não vejo mais, mas que quando reencontro por aí e mato a saudade vejo q o amor continua intacto, e a terrível intimidade também. e acho q é o natural da vida as pessoas passarem, mas nem se preocupe muito q acho também q vc chegou num ponto da vida que essas mesmas pessoas ficam, criam raizes e permanecem.
=*